A bicampeã olímpica Thaísa decidiu voltar para a Seleção Brasileira e estará à disposição de José Roberto Guimarães para as competições de 2023. O foco hoje é a conquista da Superliga mais uma vez pelo Gerdau Minas, no domingo, no clássico com Dentil/Praia Clube. Na sequência, será vencer o Sul-Americano e se garantir em mais um Mundial de Clubes. Depois de atingir as duas metas, o foco será a Amarelinha.
O amadurecimento da decisão de Thaísa aconteceu no início deste ano, após muita reflexão. Em abril de 2021, a meio de rede tornou pública a difícil posição de abrir mão da disputa dos Jogos Olímpicos de Tóquio, logo após ser campeã da Superliga, com performances individuais brilhantes pelo Minas. Foi uma surpresa, até um baque, mas ela tinha razões bem compreensíveis: poupar o corpo e a mente após uma grave lesão no joelho quase ter encerrado sua carreira precocemente, pensando em prolongar a carreira.
Mas a Seleção Brasileira feminina nunca fechou as portas para Thaísa. E ela sempre soube disso. José Roberto Guimarães não esconde de ninguém sua admiração pela central e sempre mostra compreensão com a situação física dela. E, dois anos depois daquela até breve da Seleção, Thaísa segue sendo uma das melhores do mundo na posição. Ela sabe disso. E poder incluir em sua rotina a motivação de um tricampeonato olímpico é desafiador.
A relação entre Zé e Thaísa extrapola também a situação “quem convoca” e “quem é convocado”. Assim a jogadora definiu o sentimento entre eles em 2019:
“Agradeço de todo meu coração principalmente a você, Zé Roberto, pelo suporte todos esses anos, pela confiança e principalmente por ter sido meu braço direito, esquerdo e minhas pernas nesse retorno às quadras! Sem você e sua família a história seria outra, talvez sem esse final feliz!”, lembrando do retorno às quadras com o então Hinode Barueri, após a grave lesão no joelho.
A presença de Thaísa na lista de inscritas na VNL não tem nada de “forçar a barra” pelo lado da comissão técnica em busca de uma resposta positiva dela. Com planejamento da área física, Thaísa poderá colaborar na longa e importante temporada, com os cuidados necessários no processo já iniciado por ela para prolongar a carreira. Não espere vê-la em todos os jogos da competição. Mas tenha certeza que ela será importante em quadra e também fora. Zé, há tempos, vê a necessidade de colocar referências para fazer as mais jovens entenderem a importância da Seleção e dos Jogos Olímpicos. E Thaísa será um baita espelho!
Em quadra, a possibilidade de contar com Thaísa também ajudará a suprir baixas no setor. Carol Gattaz está afastada das quadras para se recuperar de uma cirurgia no joelho. Julia Kudiess precisará parar por até dois meses, após a temporada de clubes, para tratar uma lesão na canela.
O sim de Thaísa para um retorno à Seleção é a melhor notícia nesta reta decisiva do ciclo olímpico para Paris-24. O Brasil tem muito a ganhar!
Por Daniel Bortoletto