Fazer um trabalho de controle menstrual das atletas é rotina na Seleção Brasileira feminina de vôlei nos últimos ciclos olímpicos. Antes da conquista do primeiro ouro em Pequim-2008, por exemplo, a comissão técnica e os médicos detectaram, durante treinos em Saquarema, que várias jogadoras iriam menstruar durante a competição. A partir daí passaram a fazer um controle, com uso de pílulas anticoncepcionais.
Uma reportagem da Folha de S. Paulo, à época, relatou a estratégia para que nenhuma atleta menstruasse durante a competição. “Algumas atletas usaram o medicamento de forma ininterrupta até o fim da Olimpíada, para não haver a variação do nível hormonal que leva à menstruação. Já outras anteciparam o fluxo interrompendo a ingestão das pílulas antes do prazo”, publicou.
Tudo para evitar dores, irritação e sensibilidade em excesso prejudicassem durante treinos e jogos. Pesquisas recentes mostram como a menstruação interfere no desempenho das atletas. Um estudo feito pela University College of London (UCL) com quase 800 mulheres apontou que mais da metade sente que o ciclo menstrual impacta sua performance esportiva.
Um caso recente de sucesso após deste controle aconteceu com a seleção de futebol feminino dos Estados Unidos durante a Copa do Mundo de 2019. A equipe técnica monitorou os ciclos menstruais das jogadoras, adaptando carga de treino, dieta e controle de sintomas.
– Eu acho que foi uma das iniciativas que nos ajudaram a ganhar – afirmou à época a técnica Dawn Scott, em entrevista ao Good Morning America.
Um remédio para controle menstrual é apontado como suspeito pela provável violação da regra antidoping pela oposto Tandara. A jogadora foi cortada da Seleção e está fora da reta final dos Jogos Olímpicos de Tóquio.