Na programação oficial de treinamentos das seleções de vôlei na Arena Paris Sul, nesta quinta-feira (25/7), a atividade da Turquia era um das únicas abertas para a imprensa. Baita oportunidade para ver de perto uma das favoritas ao pódio no torneio feminino, certo? Quase isso.
A delegação mudou de ideia depois de meia hora de atividade. O Web Vôlei, único veículo não turco presente no local, foi educadamente “convidado” a se retirar. Restou apenas a equipe da TRT Spor para fazer o registro.
Vale dar alguns passos atrás para vocês entenderem o fluxo de informações oficiais em um evento como os Jogos Olímpicos.
1 – Dentro do centro de imprensa de cada instalação esportiva, comunicados oficiais são impressos e pendurados em um mural. Na quarta-feira, a atividade da Turquia, marcada para começar a partir de 10h no horário local (5h de Brasília), aparecia como “aberta”, mas apenas para a TV turca. Reparem que era o único com esse tipo de restrição. Os demais eram simplesmente abertos ou fechados.
2 – Nesta quinta-feira, um novo documento substituiu o anterior no quadro de avisos. E a tal restrição para a imprensa internacional foi retirada. A informação foi confirmada pessoalmente ao Web Vôlei por um dos responsáveis pelo setor de imprensa da Arena Paris Sul, horas antes de o treino da Turquia começar, enquanto a República Dominicana finalizava seu treino e a Itália se preparava para assumir o espaço.
3 – Por volta das 10h no horário local, a Turquia iniciou a atividade em uma das duas quadras de aquecimento localizadas ao lado da Arena Paris Sul. Apenas funcionários da organização e o WV presentes. Uma foto foi postada em nossa conta no X, ex-Twitter. Publicar vídeos é proibido para não detentores de direitos de TV.
Contextualizações feitas, vamos à parte aberta do treino. Enquanto as atletas se alongavam, Daniele Santarelli mostrou habilidade com os pés. Perto da rede, chutou uma bola e acertou dentro de um carrinho localizado no fundo da quadra. Comemorou ajoelhado. Como queria ter feito esse vídeo para mostrar a categoria do treinador italiano.
13 jogadoras fizeram os mesmos exercícios de aquecimento de membros inferiores e superiores. A exceção foi Zehra Gunes. Ao fundo da quadra, ela fez alguns testes de equilíbrio e depois foi auxiliado por dois integrantes da CT para usar uma borracha e alongar os braços. Minutos depois, recebeu uma enorme bandagem na perna esquerda, cobrindo toda a coxa. E na sequência colocou uma órtese, mesmo equipamento usado por Thaisa.
Baladin também ganhou uma atenção especial para fazer alguns exercícios no chão, enquanto o restante do time iniciava o popular “mancheto”. Na rede, segurando um tablet, Santarelli comandava o placar e fazia a contagem regressiva antes de cada saque. Melhor para o time de Erdem, Karakurt, Senoglu, entre outras, contra Vargas, Orge, Kalac… Se minha memória não me trai, o resultado foi 15-11.
Pela ordem natural das coisas, depois de meia hora, a Turquia se encaminharia para a quadra principal do complexo. Mas a partir daí, com um “cartão vermelho” educadamente aplicado ao WV, por uma representante da equipe de mídia da Arena Paris Sul, o treino aberto se transformou em fechado.
Por Daniel Bortoletto, em Paris
