Quem imaginava um passeio do Sada Cruzeiro na semifinal do Campeonato Mineiro masculino, no duelo do primeiro contra o quarto colocado, se enganou redondamente. O atual decacampeão estadual esteve duas vezes atrás, mas virou sobre o aguerrido Azulim/Gabarito/Uberlândia por 3 sets a 2, parciais de 21-25, 25-21, 25-27, 25-22 e 16-14, na Arena Minas, em Belo Horizonte.
Neste sábado, às 19h, a Raposa enfrentará Fiat/Minas, que eliminou o Montes Claros América. O duelo será transmitido pela TV NSports.
Antes de valorizar a virada cruzeirense, é preciso elogiar o trabalho de Manoel Honorato no time do Triângulo Mineiro. Um dos estreantes na próxima Superliga demonstrou no Estadual um trabalho muito bem feito e promissor para a disputa da elite nacional.
No exemplar primeiro set, Uberlândia mostrou muito volume de jogo, consistência na virada de bola e soube jogar na frente do placar, sem sentir a pressão. O domínio tão tamanho que Marcelo Mendez chegou a trocar quatro peças. Uma delas foi mantida para a segunda parcial: Rodriguinho no lugar de López. O time pareceu desconcentrado, meio desligado e errando demais na abertura da semi.
O Sada Cruzeiro assumiu o controle do placar logo no início do segundo set, com Alan sendo muito acionado e dando conta do recado. Chegou a abrir quatro pontos de frente, mas viu o brioso rival empatar tudo em 14-14 e virar em 16 a 15, com Matheus Silva como protagonista no ataque. Erros em sequência, porém, fizeram o Uberlândia ficar três pontos atrás (21-18) e não conseguir mais reagir. E vale citar uma curiosidade rara no vôlei: em uma mudança, Honorato colocou o Bernardo Westerman, levantador reserva, e manteve o titular Matheus Brasília como oposto. E repetiu em outros momentos do duelo.
O empate não abalou Uberlândia. Rapidamente abriu quatro pontos de frente, forçando Mendez a trocar outras peças importantes: Rendrick no lugar de Cachopa e Filipe na vaga de Conte. Mas nada que tirasse do time do interior a liderança, com bom aproveitamento de Luan no ataque. Até o saque cruzeirense fazer diferença em passagens de Filipe e Isac, igualando a parcial em 24-24. A equipe de Triângulo sentiu? Nada. Um bloqueio em Alan, maior pontuador do confronto (33), no quarto set point, encerrou a disputa em 27 a 25.
Um lance em especial marcou a reviravolta no jogo. Com o placar em 9 a 9, o vídeocheck/challenge/desafio foi decisivo para elucidar um lance muito difícil. A arbitragem marcou toque na rede de Alan. O Sada pediu o auxílio na tecnologia, alegando que Daniel, oposto de Uberlândia, no movimento de ataque, “puxou” a mão de Alan. E o replay mostrou a infração. O time do interior ainda contestou, alegando uma invasão do oposto da Seleção. Mas a dupla de árbitros, após alguns minutos de diálogo, não aceitaram a contestação.
Na sequência, com Lopez de volta à quadra, a Raposa conseguiu abriu três pontos de frente. Fatura liquidada? Não. Uberlândia buscou o empate no 20º ponto. Mas um bom saque de Alan e um block de López fizeram o Sada empatar a semi com 25 a 22.
O tie-break foi de tirar o fôlego. O Sada Cruzeiro abriu frente com saques poderosos, o Uberlândia virou, com destaque para o central Rômulo, e chegou a ter o ataque para fazer 14 a 12. Mas o bloqueio celeste funcionou até López fazer um ace para fechar a parcial em 16 a 14.
O deca foi levado ao esforço máximo nesta abertura de temporada pelo surpreendente Uberlândia, que logicamente vai lamentar a perda da vaga para a final, mas tem muito a festejar pela grande atuação.
– O time de Uberlândia jogou muito, muito bem, em todos os fundamentos. Fizeram uma partida fantástica. No tie-break, o saque fez a diferença para nós – disse Marcelo Mendez.