A primeira ausência em semifinais de Superliga feminina em 20 anos fez o Sesc apostar em uma profunda reformulação no elenco para a temporada 2019/2020. E o resultado, no papel, ainda parcial da montagem do time se mostra bem interessante.
Qual treinador do país não gostaria de ter Tandara como a bola de segurança na saída de rede? A oposto dá aquela segurança para a levantadora em qualquer ação necessária sem o passe na mão. Certamente chegará com status de estrela da companhia. Terá toda a temporada de seleções para se recuperar de um ano complicado, já que a passagem pelo Guangdong Evergrande foi encurtada por uma lesão no tornozelo, que a obrigou a antecipar o retorno para não ficar fora de quase todo o campeonato.
No levantamento, a troca de Roberta por Fabíola fará o Sesc oxigenar a posição. Mais experiência, um pouco mais de ousadia e velocidade. Parece pouco, mas muda o estilo de jogar de qualquer equipe.
A manutenção de Drussyla acabou sendo muito comemorada no Rio, não apenas pelos torcedores. A jogadora sofreu forte assédio de Itambé/Minas e Sesi Bauru, mas aceitou continuar por mais uma temporada após convencimento de dirigentes e comissão técnica. A ponta jogou pouco nesta Superliga, por conta de uma fratura por estresse. Com Drussyla inteira e em forma, Bernardinho ganha demais.
Na posição, o retorno de Amanda tenta resolver um problema sério da temporada 18/19: a estabilidade do passe. Com Kosheleva e sem Drussyla em parte da Superliga, foi necessário adaptar a oposto Monique na condição de passadora. Uma mudança radical no sistema de jogo, que nem sempre funcionou. Com uma especialista na posição, o Sesc tenta equilibrar um setor essencial para o time jogar. A permanência da dominicana Peña também caminha para acontecer, dando uma opção de mais força de ataque na posição.
No meio de rede, a experiente Juciely, um dos símbolos do projeto, seguirá. Lara, destaque do Fluminense nas últimas temporadas, chegará para o lugar de Bia. Convocada nesta sexta-feira para a Seleção, Lara vinha acumulando boas Superligas, com presença no bloqueio, uma jogada “china” eficiente. Terá a chance de mudar de patamar caso agarre as duas chances.
A jovem Mayany, do Itambé/Minas, é outro desejo do Sesc, mas ela, muito valorizada no mercado, também está na lista de outros clubes brasileiros, como o Osasco/Audax, e do Busto Arsizio, destino de Stefano Lavarini em 19/20. Com a saída de Mayhara para o Sesi Bauru, a posição ainda precisa de um bom nome. Milka, do Hinode/Barueri e também na lista de convocadas da Seleção, aparece com boa opção.
Por fim, a líbero Natinha, na substituição de Gabiru, é uma aposta. Ela teve uma primeira temporada como titular no Hinode/Barueri, acaba de aparecer na lista de convocadas para a Seleção e ainda tem uma boa caminhada para se firmar no cenário nacional.
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