Melhor oposta e MVP do Campeonato Turco, conquistado nesta quinta-feira com a vitória do Fernerbahce por 3 sets a 2 sobre o Eczacibasi – fechando a série melhor de cinco em 3 a 0 -, a oposta cubana naturalizada turca Melissa Vargas, 22 anos, 1,94m, caiu no choro depois da conquista. O choro era de emoção e alívio. Ela entrou em quadra na base do sacrifício, com febre de 38 graus, e ainda assim foi a maior pontuadora da partida, com 19 acertos, um a mais que a sérvia Boskovic, do Eczacibasi.
– Vargas passou os últimos dois dias com febre de 38 graus, antes do jogo estava no soro. Foi um jogo de muita entrega – disse a capitã do Fenerbahce, Eda Erdem, em entrevista ao canal turco TRT Sport.
Vargas deixou a quadra junto com Macris no segundo set, deixando a torcida turca apreensiva. Muitos torcedores brasileiros não entenderam o motivo de Macris ter saído da partida. Acontece que o Campeonato Turco tem limite de uso de estrangeiras de forma simultânea na quadra. Vargas não é mais considerada estrangeira, já que tem dupla nacionalidade. Mas a reserva dela é a russa Lazareva. Para Lazareva entrar, uma estrangeira tinha de sair e essa estrangeira, naquele momento, foi Macris. Com a vitória do Eczacibasi no segundo set, Terzic voltou com a dupla titular e Vargas foi até o final do jogo, mesmo passando mal.
– Eu estava esperando esse título havia muito tempo. Foi uma partida com muita tensão, estive um pouco doente antes da partida. Por isso chorei bastante na comemoração – disse Vargas.
O prêmio de MVP foi merecidíssimo. O Fenerbahce subiu de produção desde a chegada de Vargas, no meio da temporada – ela só estreou em janeiro. Ter uma jogadora decisiva como Vargas na saída de rede deu mais opções para Macris desafogar Arina e Ana Cristina nas viradas de bola, já que Lazareva vinha fazendo uma temporada muito irregular.
Agora, Vargas se prepara para o seu maior desafio na carreira. Ela vai estrear na Liga das Nações com a camisa da Turquia, depois de cumprir todo o processo de quarentena imposto pela Federação Internacional (FIVB) para naturalização e de ficar pelo menos dois anos sem defender o país de origem. Na VNL, que começará no final deste mês, a seleção europeia estreia também o técnico Daniele Santarelli, campeão mundial ano passado à frente da Sérvia. Dois reforços de peso que podem subir a seleção turca de patamar no cenário internacional.
