A reabilitação da Turquia na Liga das Nações de 2024, nesta quinta-feira (16/5), foi praticamente um déjà-vu do espetacular ano passado: um time com poderio ofensivo acima da média por conta de Melissa Vargas e Ebrar Karakurt.
Diante da Holanda, Daniele Santarelli voltou a usar a dupla simultaneamente: a cubana naturalizada na saída e o xodó local improvisado na ponta. E a resposta foram 47 pontos somados, um fator mais do que decisivo para o fechamento do jogo em 3 sets a 1: 25-14, 23-25, 25-23 e 25-18, para delírio da torcida turca em Antalya.
Na estreia, na derrota para o Japão, o treinador italiano começou com Vargas como oposta e Karakurt no banco. Ao mudar o time, usou a dupla troca para inversão do 5-1, impedindo que as duas estrelas jogassem juntas. Coincidência ou não, o time perdeu…
Ao olhar mais números do jogo, o mapa da distribuição ofensiva da Turquia com as duas em quadra fica mais claro. Vargas atacou 37 bolas e colocou 22 no chão, um aproveitamento de 59%. Karakurt recebeu 33 bolas e pontuou em 14 delas, 42% de acerto. Não foi a melhor atuação da dupla, mas ela foi essencial para evitar que as holandesas endurecessem ainda mais o confronto.
O mundo do vôlei sabe, atualmente, que a chave para superar a Turquia é conseguir minimizar o poderio de Vargas e Karakurt. E o verbo minimizar deve ser usado no lugar de anular, algo quase impossível de ser feito com dois talentos deste naipe, que se alimentam de pontos de ataque e alguns afrontes para crescimento nos jogos.
Por Daniel Bortoletto