Ícone de uma geração que desbravou os caminhos para que o vôlei feminino brasileiro alcançasse o status que tem hoje, Vera Mossa, ex-ponteira da Seleção Brasileira, está comentando os jogos da Superliga Feminina para a TV Cultura e para o Canal Vôlei Brasil nesta temporada.
Com três Olimpíadas no currículo – Moscou-1980 – com apenas 15 anos -, Los Angeles-1984 e Seul-1988 – Vera Mossa foi uma das jogadoras mais talentosas e completas da sua geração.
Nesse bate-papo com o Web Vôlei, a ex-jogadora – hoje também conhecida como mãe do levantador Bruninho, fruto do seu relacionamento com o técnico Bernardinho -, falou sobre a experiência de ser comentarista, da renovação no vôlei feminino e do equilíbrio da Superliga Feminina 2019/2020.
WEB VÔLEI – Como foi a conversa e o convite da TV Cultura para você comentar os jogos da Superliga Feminina?
VERA MOSSA – O Vladir Lemos (apresentador e editor-chefe do programa Cartão Verde, da TV Cultura) me ligou e fez o convite. Foi uma grata surpresa e fiquei muito feliz.
WEB VÔLEI – Já teve essa experiência anteriormente?
VERA MOSSA – Já comentei em outros canais, como SporTV e Record. No SporTV fiquei mais tempo e comentei três edições da Superliga e a Olimpíada de Atenas-2004. Na Record, minha última experiência, comentei a Olimpíada de Londres-2012.
WEB VÔLEI – O que te motivou a aceitar participar do projeto?
VERA MOSSA – Sempre amei vôlei e comentar é uma forma de me sentir participando ainda dessa nossa história tão linda.
WEB VÔLEI – Como o vôlei continuou na sua vida depois que parou de jogar? Consegue acompanhar os jogos, o que acontece nos times?
VERA MOSSA – Logo que parei de jogar em 2000, já fui convidada em 2001 para fazer comentários no SporTV. Sempre acompanhei também a carreira do Bruno, então mesmo estando um pouco distante do vôlei feminino esses últimos anos acabo acompanhando de alguma forma.
WEB VÔLEI – Você foi ícone de uma geração que inspirou várias outras gerações e tornou o vôlei feminino o que é hoje. Quais foram os momentos marcantes da sua carreira?
VERA MOSSA – Me sinto muito privilegiada por ter feito parte dessa geração que alavancou o vôlei. Nós não conseguimos resultados muito expressivos, mas nos tornamos conhecidas e a partir daí nos profissionalizamos e pudemos nos dedicar cada vez mais. E com isso as próximas gerações começaram a ter resultados cada vez melhores. Os melhores momentos da minha carreira com certeza foram as três participações nas Olimpíadas de Moscou-1980, ainda com 15 anos, Los Angeles-1984 e Seul-1988.
WEB VÔLEI – Como você avalia o atual momento da Seleção Brasileira feminina? No último ciclo olímpico, o Zé Roberto não conseguiu implementar uma renovação e vamos para Tóquio, ao que tudo indica, com um time bem parecido com a do Rio-2016. Como você vê esse momento?
VERA MOSSA – Acredito que estão surgindo ótimas promessas nesse último ano, acho também que com o trabalho sempre competente do Zé Roberto e sua comissão técnica, podemos surpreender em Tóquio-2020.
WEB VÔLEI – Você foi uma exímia ponteira-passadora. Estamos tendo dificuldade em revelar jogadoras com esse perfil. O problema está na base?
VERA MOSSA – Sempre precisamos e dependemos do trabalho de base, vejo que hoje infelizmente esse trabalho está enfraquecendo por diversos motivos, e isso é bastante preocupante. Claro que existem sempre clubes e entidades sérias que não deixam que ele morra, mas acredito que podemos começar a pensar em formas diferentes para revitalizá-lo.
WEB VÔLEI – Arrisca um palpite sobre quem serão os finalistas da Superliga Feminina nesta temporada?
VERA MOSSA – Sinceramente não consigo arriscar, acho que essa Superliga vai ser muito disputada, principalmente porque todas as jogadoras estão visando a convocação para a seleção e os clubes vêm fazendo um trabalho, a cada ano, mais sério.
LEIA TAMBÉM
+ Lesão tira Edinara da Superliga
+ Gramado se candidata para receber as Supercopas em 2020
+ Entrevista exclusiva com o narrador do SporTV, Bruno Souza