O atual campeão olímpico está em Tóquio-2020! Foi dramático, com muita emoção, na base da superação, da camisa, do coração, da potência, da técnica e da confiança na força do grupo, mas no final quem comemorou foi a torcida verde e amarela. Numa virada espetacular, a Seleção Brasileira Masculina derrotou a Bulgária por 3 sets a 2 – parciais de 23-25, 19-25, 32-30, 25-16, 15-11 – na tarde deste domingo, na decisão do Grupo A do Pré-Olímpico, na cidade búlgara de Varna.
A Bulgária vencia o jogo por 2 a 0 e teve o ponto de Tóquio-2020 no terceiro set, mas o Brasil foi guerreiro, não desistiu quando tudo parecia perdido, acreditou na virada, consertou os erros no decorrer da partida, recuperou a confiança e calou o ginásio em Varna, com uma vitória que, certamente, ficará na história da Seleção e na memória da torcida brasileira.
O Brasil segue sendo a única seleção do mundo a marcar presença em todas as edições olímpicas no vôlei, desde que o esporte passou a fazer parte do programa dos Jogos, em Tóquio-1964.
Repescagem
A Bulgária agora vai tentar a vaga olímpica em janeiro do ano que vem, na repescagem europeia, que acontece em janeiro, em local e data ainda a serem definidos pela FIVB (Federação Internacional de Volleyball), junto com outras equipes do continente que não conseguiram a vaga no Pré-Olímpico. A Seleção Búlgara não conseguiu a vaga para os Jogos do Rio-2016.
Leal foi maior pontuador do jogo, com 22 pontos, recebendo bolas difíceis, com bloqueios pesados. Wallace foi o segundo maior destaque do Brasil, com 20 acertos. Depois de dois primeiros sets apagados, como todo o time, o oposto brasileiro voltou a ser o jogador que a torcida se acostumou a ver com a camisa amarelinha. Lucarelli marcou 14 pontos, Flávio 7, Maurício Souza 7, Bruninho 4, Maurício Borges 2, Alan 2, Lucão 1. O oposto búlgaro Sokolov marcou 19 pontos. Os ponteiros Atanasov e Penchev marcaram 18 e 15, respectivamente.
Virada de bola
Jogando em casa, a Bulgária fez um jogo de poucos erros, saque forçado, bom passe e eficiência no ataque nos três primeiros sets. Defendeu muito também. Além disso, o bloqueio conseguiu amortecer bem os ataques brasileiros. No primeiro set, com uma distribuição muito tradicional por parte do levantador Bruninho, o Brasil teve muita dificuldade em virar a primeira bola, sempre muito bem marcada pelos rivais.
Havia uma expectativa em relação a qual dupla de ponteiros o técnico Renal dal Zotto escalaria contra os búlgaros. Na estreia do Pré-Olímpico, contra Porto Rico, ele optou por Maurício Borges e Lucarelli, depois contra o Egito ele escalou Leal e Maurício Borges e foi essa dupla que ele colocou em quadra contra a Bulgária neste domingo. Mas não demorou muito houve mudanças.
Ponteiros
O time titular foi: Bruninho, Wallace, Leal, Maurício Borges, Lucão, Flávio e Thales (líbero). Mas, no segundo set, Renan começou o time com Lucarelli no lugar de Maurício Borges e Maurício Souza no de Lucão. E, o Brasil parece ter encontrado sua formação, com Leal e Lucarelli. Mesmo com o certo prejuízo no passe, essa parece ser a opção mais forte da Seleção na preparação rumo ao título em Tóquio-2020.
Nos momentos decisivos, mesmo com bloqueios bem postados, Leal decidiu para o Brasil. Wallace também foi fundamental para a virada. Bruninho melhorou a distribuição a partir do quarto set também.
Ainda temos muitos pontos a melhorar antes da campanha rumo ao bicampeonato olímpico e o quarto título da história do vôlei masculino (Barcelona-1992, Atenas-2004 e Rio-2016). O passe do saque flutuante e o bloqueio são os problemas mais urgentes. O Brasil precisa também definir qual será o líbero titular em Tóquio. Thales, Maique e Rogerinho – que foi muito bem no Pan-Americano de Lima – devem polarizar a disputa. Nas demais posições, essa deve ser a base de Renan no Japão.
O Brasil errou menos que os búlgaros nos três últimos sets e esse foi diferencial no resultado. O equilíbrio foi grande nos demais fundamentos. A Seleção Brasileira marcou 60 pontos em ataque, 8 de bloqueio, 11 de saque e contou com 36 pontos em erros dos rivais. A Bulgária marcou 61 pontos de ataque, 11 de bloqueio, 8 de saque e recebeu 29 pontos em erros dos brasileiros.