O mundo do vôlei se manifestou a favor do atacante brasileiro Vinícius Jr. que sofreu novos ataques racistas na partida de domingo pelo Campeonato Espanhol, entre Real Madrid e Valencia. Vini Jr. começou a ser chamado de “Mono” (macaco, em espanhol), desde a chegada do time ao estádio. Durante o jogo, o árbitro chegou a interromper a partida por conta dos insultos que se generalizaram na arquibancada, num coro racista e desleal contra o jogador brasileiro, que ainda acabou expulso no final do jogo por reclamar das agressões verbais.
“É inaceitável o que Vini Jr. tem passado. Talentoso, fora da curva, profissional, inteligente e tendo que enfrentar diariamente insultos racistas. É incrível como ninguém toma uma atitude contundente sobre essa situação absurda! Vini Jr., você é o cara, você é merecedor de todo sucesso e títulos e também de respeito! Não abaixe a cabeça, porque preto em lugar de destaque é alvo. Eles queriam a gente nos porões dos navios acorrentados! Essa era não volta mais! Vamos pra cima sempre, buscar o que é nosso! Estamos juntos! Cabeça erguida! Racistas não passarão!”, escreveu a bicampeã olímpica Fabiana, jogadora do Osasco São Cristóvão Saúde, nas suas redes sociais.
A CBV (Confederação Brasileira de Vôlei) soltou um comunicado repudiando os atos racistas: “A CBV manifesta apoio ao atleta Vinícus Júnior, vitima de recorrentes ataques racistas, como o ocorrido em 21/05, e se solidariza com o jogador. A entidade acredita que o esporte é um ambiente que deve pregar a inclusão e a igualdade, além de abraçar a diversidade e, portanto, repudia atos racistas discriminatórios de qualquer natureza”, publicou a entidade.
Confira abaixo outras manifestações da comunidade do vôlei na internet:
Sandro, levantador do Vedacit Guarulhos:
“Porque hoje nós chegamos ao ponto mais baixo. A luta não é só de negros contra brancos. É de todo mundo contra os racistas. Nojo La Liga”
Fernanda Garay, campeã olímpica em 2012 e vice-campeã olímpica em 2021:
“Fico arrasada com a quantidade de ataques que o Vini Jr. já sofreu. Ele não merece. Ninguém merece. Minha solidariedade e muito respeito por esse gigante que não desiste e segue na luta por ele e por todos nós”
Pri Souza, ponteira do Gerdau Minas:
“Lamentável. Até quando?”
Monique, oposta do Sesc RJ Flamengo:
“Eles realmente não merecem um jogador como você. Até quando?”
Thaísa, bicampeã olímpica e central do Gerdau Minas:
“Você é foda, Vini. Não posso ignorar a dor que é passar por tudo isso”,
Bruninha, levantadora:
“Dói. Até quando, La Liga?”
Nati Martins, central:
“Por um mundo onde racistas não passarão”
Suelle, ponteira:
“Campeonato dos racistas. Que vergonha, La Liga. Racistas não passarão. Vamos lá no La Liga saber o que eles farão sobre essa situação. Confio em vocês”
Bernardinho, bicampeão olímpico e técnico do Sesc RJ Flamengo:
“Até quando? Revoltante, ultrajante, triste. La Liga, vergonha”
Suzano:
“Chega de racismo. O esporte pode até ser outro, mas a luta de todos nós é igual: pelo fim de atitudes criminosas como a vivida pelo brasileiro Vini Jr. no último domingo. Esta é uma causa de todos e as vozes de destaque, como a de Vini Jr. e de tantos negros que lutam por seu espaço, não devem ser caladas. Nós, do Suzano Vôlei, reforçamos a importância desta causa, pois é nosso dever lutar contra todo tipo de preconceito na sociedade”
Amanda, ponteira:
“Estamos com você, Vini. Nós também sentimos toda essa impunidade na pele”
Alê, novo líbero do Sada Cruzeiro:
“La Liga, você é uma vergonha. Não temos espaço para atitudes como essa. Chega”
Gabi, ponteira do Vakifbank e capitã da Seleção Brasileira:
“Estamos com você. Você é gigante”
Anderson Marsili, diretor esportivo do Vedacit Guarulhos:
“La Liga precisa ser antirracista. E sem política de posts na internet. É na prática, é na hora. Mas, a cada gol, a cada título e a cada desempenho do Vini Jr., as coisas só ficam piores. Assuma então que não faz nada! Mas não coloca “no racism” e faixa no campo, pois isso é balela, é enganação”
Maria Clara Salgado, vôlei de praia:
“Racistas não passarão. Muita força, Vini Jr.”
Juciely, central do Sesc RJ Flamengo:
“Lamentável”
Regiane, ponteira:
“Até quando seremos atacados?”
Maria Elisa Antonelli, vôlei de praia:
“Dói a alma”
Antônio Rizola, técnico da seleção colombiana:
Meus respeitos a você, Vini Jr. Minha indignação pelos atos destas pessoas que não merecem nosso respeito. Como podemos conviver com estas atitudes dentro de espaços esportivos e na vida.. Providencias duras devem ser tomadas. A impunidade favorece e estimula a contravenção. Tristeza”