O Volero Le Cannet conquistou o bicampeonato consecutivo da Liga Francesa feminina de vôlei neste domingo (14/5), comprovando o sucesso de um trabalho com investimento em jovens atletas de diferentes nacionalidades, com a mescla com algumas mais experientes.
Após vencer o primeiro jogo, em casa, por 3 a 1 (27-29, 25-23, 25-16 e 25-16) diante do Mulhouse, a equipe precisava de uma vitória por qualquer placar para alcançar o grande objetivo. E conseguiu, mas sem moleza!
Empurradas pelas 3700 pessoas no ginásio em Mulhouse, as donas da casa, que obtiveram a melhor campanha na fase classificatória, começaram o jogo impondo um nível muito alto, vencendo o primeiro set por 25-15. Quando imaginado que o jovem Le Cannet sentisse a pressão, não foi isso que aconteceu. Na segunda parcial, jogo bastante equilibrado, com a oposta Vita Akimova sendo decisiva com nove pontos, fechando a parcial em 26-24. No terceiro set, o cenário foi até semelhante. O Mulhouse teve o ponto do set no 24-22, mas novamente as jovens russas Akimova e Kotikova fizeram a diferença para virar a parcial em 24-26. Com a virada, o jogo mudou de mãos e o Le Cannet deu números finais, fechando por 25-16.
A maior pontuadora da final foi Akimova, com 29 pontos. Kotikova veio na sequência, com 16. Já a central brasileira Milka colaborou com seis: quatro em ataques e dois aces. No Mulhouse, a oposta Nana e a ponteira Rousseaux foram os principais destaques, com 22 e 14 pontos, respectivamente.
A conquista do título coroou uma das principais temporadas do projeto até agora. A nível continental, a mais importante, já que pela primeira vez as francesas chegaram aos playoffs da Champions League. Na oportunidade, elas foram eliminadas pelo Rzeszow (POL).
A queda nas oitavas de final Copa da França para o Beziers, que mais tarde seria o campeão, foi a única competição que o Volero Le Cannet não foi até onde se esperava.
Após uma campanha irregular, com o sexto lugar na fase regular da Liga Francesa, o time chegou aos playoffs sem muita badalação. A irregularidade apresentada colocou uma certa interrogação no quanto esse elenco poderia entregar. A ideia do projeto é contratar jovens jogadoras de diferentes nacionalidades para desenvolvimento do potencial. O caso do talentoso esquadrão russo, que chegou nesta temporada, tem a oposta Akimova, de 20 anos, como o nome mais conhecido. A levantadora Kobzar, as ponteiras Kotikova e Popova e a central Kochurina foram outras peças primordiais vivendo a primeira temporada fora de seu país-natal. Alinhada a essas jovens, jogadoras mais experientes também se mostraram fundamentais, como a líbero chinesa Simin Wang, a brasileira Milka e a ponteira búlgara Eva Yaneva.
Nesse contexto, a equipe cresceu de produção na hora mais importante do campeonato: os playoffs. O caminho até a final contou com vitória sobre o Nantes, nas quartas, e triunfo sobre o Venelles nas semis, para faturar o bicampeonato diante do Mulhouse, equipe que terminou na primeira colocação da fase regular.
A saída de nomes como o de Akimova já é dada como certa. A oposta irá jogar no Novara (ITA) na próxima temporada. Há expectativa para outros talentos ficarem, mas ainda nada oficializado. O Le Cannet volta suas atenções para o mercado buscando um time competitivo tanto a nível nacional quanto continental, já que a equipe tem vaga garantida na Champions League 2023/2024.
Por Robson Leal, em colaboração ao Web Vôlei
