A posição de oposto na Seleção Brasileira masculina de vôlei vem sofrendo com lesões nos últimos anos. Alan (duas vezes), Felipe Roque e Abouba enfrentaram cirurgias e períodos de afastamento. A ponto de Wallace, 35 anos, precisar voltar atrás na aposentadoria para disputar o Campeonato Mundial.
A partir desta sexta-feira, às 6h, diante de Cuba, o campeão olímpico será a “cara nova” do Brasil na principal competição do ano. Wallace havia anunciado a despedida da Seleção após o quarto lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano passado. Estava decidido a não voltar, mas mudou de ideia após Alan romper o tendão de Aquiles durante a última VNL. O telefone tocou bastante, com pedidos de companheiros e do técnico Renan Dal Zotto. Wallace aceitou, mas garante ser algo apenas para o Mundial
– Este meu retorno à Seleção é bem pontual. Espero poder ajudar no que for preciso e suprir as expectativas que estão postas sobre mim. Pode ter certeza que darei o meu máximo dentro de quadra – contou Wallace, ao Web Vôlei, antes de explicar a motivação da volta:
– Acho que o que me fez aceitar o convite para disputar este Mundial foi mais a necessidade de trazer um pouco mais de experiência para a posição. É um momento que eu não poderia dar as costas à Seleção. Foi essa conversa que tive com o Renan, de que estaria disposto e disponível a contribuir, se caso precisasse eu abriria mão da minha aposentadoria da seleção.
Após Alan se lesionar na VNL, o Darlan assumiu a posição. Para o Mundial, Renan Dal Zotto manteve o jovem e inscreveu ainda Wallace e Felipe Roque, abrindo mão de uma vaga no meio de rede entre os 14 escolhidos. A maior preocupação com os dois retornos é a falta de ritmo de jogo. Wallace tirou férias após a temporada de clubes e participou apenas de um amistoso e um jogo-treino com a França. Já Roque vem de um ano de inatividade, após operar o joelho.
Além da experiência, Wallace pretende ajudar na questão da liderança. Na temporada 21/22, ele foi o capitão do Sada Cruzeiro.
– A questão da liderança é mais uma ajuda ao Bruno, que é um cara que faz isso como ninguém. Tem total liberdade para chamar todo mundo. Ele é um cara que leva muito o peso para si. E a minha função aqui, neste aspecto, é ajudá-lo com este peso – contou.