O protocolo de uma medalha nos Jogos Olímpicos. Treinador e capitã obrigatoriamente presentes na sala de entrevistas. No caso do bronze do Brasil no voleibol feminino, José Roberto Guimarães e Gabi ganharam a companhia de Thaisa na noite deste sábado (10/8).

E todos se emocionaram. A central confirmou ter feito o último jogo pelo Brasil, relembrou o momento mais complicado da carreira, quando teve o apoio de Zé para se reerguer depois de lesionar o joelho jogando na Turquia, e ouviu da ponteira e do comandante que a medalha de bronze não seria do Brasil sem a presença da bicampeã olímpica. Gabi, olhando pra baixo, evitava cruzar olhares com os demais para também não desabar.

Thaisa precisou segurar o choro em diversos momentos. Zé enxugava as lágrimas enquanto ouvia de uma Thaisa as dificuldades para ter voltado a atuar no alto rendimento. Trocaram gestos de carinho enquanto cada um ouvia o outro falar.

– Hoje eu me despeço. Mas sem ele e a família dele, eu teria encerrado minha carreira nova, aos 29 anos. Naquele momento você descobre em quem pode confiar.

– Sem ela não teríamos essa medalha – devolveu o treinador.

Gabi, por sua vez, disse que o grupo se inspirou em quem, com dores e limitações, puxava as demais nos treinamentos durante a preparação para os Jogos de Paris, mostrando sempre querer mais.

– Ela merecia o ouro. E mais do que isso ela não merecia sair daqui sem uma medalha. Sentimento de gratidão muito grande por tudo que ela fez, pelo legado que deixa.

Por Daniel Bortoletto, em Paris