José Roberto Guimarães foi um dos palestrantes do primeiro dia do CBC & Clubes Expo, evento organizado pelo Comitê Brasileiro de Clubes, em Campinas (SP), nesta terça-feira (11/3). O treinador da Seleção Brasileira feminina comemorou, após participar de um painel sobre vôlei feminino, a possibilidade da manutenção de grande parte do elenco do Flor de Ypê/Paulistano/Barueri para a temporada 2025/2026.
Alguns dos principais nomes do time, como a meio de rede Luzia e a oposta Jheovana, tinham propostas de outros times brasileiros, mas optaram em seguir no Paulistano Barueri. Em temporadas recentes, o time chegou a perder até dez atletas entre um ano e outro.
– A gente nunca na nossa existência de oito anos conseguiu ter essa possibilidade de negociar com atletas para ficar mais de uma temporada. Sempre estava perdendo (as jogadoras). Esse ano a gente está conseguindo ficar com quase 90% das jogadoras que estão participando da Superliga. E isso é um motivo de ficar bastante otimista. Principalmente nesse segundo turno da Superliga, o time se apresentou bem, ganhou jogos importantes. Ainda faltam duas rodadas para o encerramento da competição e o perigo do descenso já passou. Agora a gente tá lutando para a classificação nos playoffs – comentou Zé Roberto.
A comemoração acontece poucos meses depois de Zé Roberto cogitar, inclusive, diminuir o tamanho do projeto por falta de apoiadores, algo que o obrigava a bancar quase todos os custos.
Após a conquista da medalha de prata com a Seleção Brasileira em Paris-2024, Zé e a filha Carol, gestora do projeto, voltaram para o Brasil com mais incertezas do que confirmações para a temporada. Na sequência, após diversas reuniões Brasil afora, o Barueri fechou as parcerias com o Paulistano e com a Ypê.
– Eu estava numa situação muito difícil. Eu até tinha falado para a Carol, que se a gente continuasse daquele jeito, descapitalizando a família, que não teríamos condição de continuar. E aí, quando eu voltei de Paris, na primeira semana, eu voltei a conversar com o Paulistano. E eles começaram a ver de uma forma diferente. Levaram o projeto para a diretoria do Paulistano, que aprovou. Depois a gente conseguiu o apoio da Ypê, empresa de produtos de higiene pessoal e de casa. E aí foi quando as coisas começaram a acontecer. Então, hoje, graças a Deus, a gente tem esses apoios, essas possibilidades que estão acontecendo. As meninas gostaram do que viram no projeto e aceitaram permanecer – continuou o tricampeão olímpico, que fez questão de citar, durante o painel do CBC, a importância do apoio das prefeituras nos projetos esportivos, no caso dele, a de Barueri.
Por Daniel Bortoletto, em Campinas