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Zé Roberto: “Para o feminino, adiamento olímpico é diferente”

O técnico da Seleção Brasileira conversou com o Web Vôlei sobre o impacto das mudanças do adiamento olímpico. Zé Roberto sabe que ele pode ser grande
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O adiamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio para 2021 faz José Roberto Guimarães repensar o planejamento da Seleção Brasileira feminina de vôlei para os próximos meses.

O técnico, apesar de ter aprovado a decisão tomada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), admite preocupação com o cenário forçado pela alteração da data. O motivo: várias atletas já haviam se programado para mudanças pessoais, com impactos profissionais, para o segundo semestre deste ano, ao término da Olimpíada caso ela acontecesse na data previamente decidida. A central Fabiana, por exemplo, já revelou que se programava para ser mãe.

– A decisão do COI foi acertada. O importante agora é pensar na saúde de todos. Mas no feminino o impacto é muito diferente ao comparar com o masculino. Algumas (atletas) já tinham se programado para outros aspectos da vida. Normalmente elas se planejam para um ciclo de quatro anos e agora ele foi postergado para mais um. E esse ano a mais na vida delas gera incertezas, inseguranças, traz preocupação a mais na cabeça delas – comentou Zé Roberto ao Web Vôlei.

Nos últimos anos, várias jogadoras interromperam a carreira em algum momento para a realização do sonho da maternidade. Sheilla, Jaqueline, Camila Brait, Tandara e Fabíola são alguns exemplos.

Sob esta ótica, Zé sabe que precisará esperar a definição das atletas no âmbito familiar. Enquanto isso, busca um planejamento com a comissão técnica para diferentes cenários, até que a pandemia de coronavírus seja controlada mundo afora.

– Hoje é preciso ter plano A, plano B e plano C. A expectativa é saber quando a vida voltará ao normal. Com o adiamento da Olimpíada, é possível ter Liga das Nações no segundo semestre deste ano. Talvez, se tudo se normalizar em meados de agosto, para jogar em setembro. A partir do momento que as entidades deram um start, temos de estar prontos para começar a trabalhar. E para isso preciso que as atletas se mantenham fazendo atividades em casa. Quando voltarmos, será o momento de ver como cada uma está e aí individualizar a preparação – comentou o técnico tricampeão olímpico.

Atualmente, do grupo convocado com maior constância neste ciclo olímpico, duas atletas estão fora do Brasil: Gabi e Natália. As ponteiras seguem na Turquia, enquanto não há definição sobre o futuro do campeonato local e da Champions League. E Zé Roberto está tranquilo sobre a situação de ambas:

– Temos conversado com elas. Estão bem, tranquilas, sem qualquer pânico, esperando a definição da Champions, que deve acontecer no início de abril. Nos últimos meses, conversamos com os times (Vakifbank e Eczacibasi), o Zé Elias (Proença, preparador físico) esteve lá na Turquia com elas e viu que estavam fisicamente bem.

O técnico também comentou sobre a central Thaisa. Bicampeã olímpica em 2008 e 2012, ela vinha fazendo uma Superliga excelente com o Itambé/Minas, voltando a viver os melhores momentos da carreira após uma séria lesão no joelho.

– Eu acompanhei toda a volta da Thaisa aqui em Barueri. Vi o quanto ela trabalhou com o Fernandinho (Fernandes, fisioterapeuta). Toda a paúra, as incertezas, a dificuldade de quando ela voltou a saltar. Foi quase como recomeçar uma carreira do zero. E agora fez uma Superliga impressionante. Tomara que ela se mantenha assim tão bem.

Tags: José Roberto GuimarãesTóquio-2020Zé Roberto

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